quinta-feira, 20 de junho de 2013

Patriotismo sem voz não é patriotismo, é medo!


Breves considerações que a minha pele captou...

Penso que patriotismo sem voz não é patriotismo, é medo! Vi isso ontem nas ruas de Belém. Além de outros fatos que prefiro deixar para os Cientistas Políticos analisarem, uma vez que estes têm elementos muito mais refinados para fazer tal análise.
Não fiz tantos registros fotográficos, porque estava demasiadamente atenta ao presente... Não estava preocupada atualizar minhas fotos, meu status... 
O cortejo estava em blocos, alguns de concretos e impenetráveis. Outros totalmente leves, artísticos e vorazes. Identifiquei pelo menos três, mas é claro que havia muito mais. Esses foram os que saltaram aos olhos, me pegaram na pele..

1-Movimentos Sociais históricos de luta pela terra, movimento feminista, levante popular da juventude, Jovens + Pará, UNIPOP, PARE BELO MONTE, XINGU VIVO, etc.;

2- Os partidos de esquerda, e eu não vou entrar no mérito se são de esquerda "falsa" ou "verdadeira", sem juízo de valor, e sim de um grupo que já teve os seus e a si próprios torturados pela ditadura brasileira por lutar por um ideal. DITADURA só para citar um abominável acontecimento que nos faz sentir vergonha de ser gente...


3- E tinha também um grupo que se dizia "apartidário"; que se dizia sem partido, mas quando o grito de ordem era direcionado ao ex-prefeito, ao atual governador e atual prefeito de Belém, pairava um silêncio em parte dessa parte desse grupo... Com exceção do JB, que foi vaiado quando a manifestação passou em frente à RBA. Muito estranho esse silêncio...
Esse último se não estou enganada, se não estou me precipitando, se manifestavam como algumas insígnias que lembravam os movimentos do “Brasil Grande” do personagem Tião do filme Uma Transamazônica. Lembrava o fatídico slogn “Brasil, ame-o ou deixe-o”, o  “Acorda Brasil”, o “Pátria amada.” e coisas do gênero...Havia um desejo de paz pairando no ar, nas avenidas, andando lado a lado com uma defesa intransigente das cores verde e amarelo. Esses personagens não abriam mão de um “Brasil, de amor eterno seja símbolo, o lábaro que ostentas estrelado, e diga o verde-louro desta flâmula - paz no futuro e glória no passado”.
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento...
Pensei, cá com os meus vários botões...
Patriotismo sem voz não é PAZ, é medo!
Eis um pouco do que foi o efeito da multidão em mim,
Voltei pra casa com o eco do PARE BELO MONTE!

Quinta-feira tem mais,

Pará, 18-06-13.


quarta-feira, 17 de abril de 2013

Chega!!



Chega desse mi mi mi de redução de maioridade penal, não basta o que a realidade nos mostra diariamente? Basta querermos enxergar...
“O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, não é sério...”
Chega de felicianismos! Falas falaciosas!
Chega de Criminalização dos movimentos sociais, de intolerância religiosa...
_ "É porque tu nunca perdeste um parente ou um amigo para a ação desses menores”
_ Já perdi gente demais, e muito querida...
Já perdi inclusive adolescentes que eu atendia no cárcere e quando “ganhavam a liberdade”, quase sempre eram mortos, “misteriosamente”.
Os três anos que os justiceiros acham pouco, a realidade mostra que é sentença de morte, pois dificilmente continuam vivos quando saem do sistema, isso quando não morrem no interior do próprio sistema, como mostra a pesquisa da Anced sobre morte de adolescente no interior do sistema Socioeducativo:

Vamos nos apropriar do debate e deixar de mi mi mi!!!

Sem mais,
Dionise-se!!!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Só a arte não morre!




A princípio chamei essa escrita de “Sem título”, se bem que ela poderia ter cem títulos, mas enfim, ativada por uma postagem de um sobrinho querido admirador de Chico César, resolvi dar o título acima pensando que “o carneiro sacrificado morre, o amor morre, só a arte não...”
Outro dia fique indignada com um “arte educador”, que trabalha no sistema sócio educativo aqui de Belém, quando este afirmou que se todos os adolescentes fossem liberados daquela unidade de Medida Sócio Educativa, ou que se o quantitativo de jovens alí diminuísse, ele ficaria desempregado. E disse mais: “temos que garantir eles aqui”.
- Eu falei:
- Tu sabias que eu penso na possibilidade inversa, e trabalho com foco nisso?
Ele: - De que?
- Penso em uma sociedade sem prisões. Desejo uma sociedade onde não tenhamos que conviver com essa realidade, de uns presos e outros em liberdade, sem falar no segmento social que é mais atingido por esse apartheid, e por ai vai...
E fiz uma coisa que não costumo fazer: dei-lhe um “conselho”
- Acho bom você aprender ou se interessar por outras coisas que não somente abrir e fechar cadeados...
O mundo precisa de mais artistas de rua, de mais palhaços, de mais músicos, de mais poetas, de mais crianças e jovens, de mais filósofos e não de mais cadeias...
- E tu, vais viver de quê? Já que és psicóloga, professora. Tu vais viver de quê? Tu vais desaparecer, tu vais morrer!!
“Morre o homem fica a fama...
Quero morrer numa batucada de bamba, na cadência bonita do samba...”
E, muito cá entre nós...
Não falei a ele que meu pai, desde muito cedo, me incentivou a ler, escrever e admirar arquitetura, já que ele era marceneiro e sonhava com uma filha arquiteta.
E que a minha mãe, antes de me incentivar a ler e escrever, me ensinou a cozinhar, limpar e costurar.
No fundo eu acho que ela sabia que: se eu não desse pras letras, daria pro fogão e vice-versa.
Eis que, sem falsa modéstia, eu me dou muito bem com os dois!!
Meu pai antes de morrer me disse: “tu és uma arquiteta da alma humana”
Se o educador que me interpelou, outrora, tiver acesso a essa escrita, quero dar-lhe não mais um “conselho”, mas sim um recado:
Sei que vou morrer não sei o dia
Levarei saudades da Maria (minha mãe)