sábado, 9 de fevereiro de 2013

Só a arte não morre!




A princípio chamei essa escrita de “Sem título”, se bem que ela poderia ter cem títulos, mas enfim, ativada por uma postagem de um sobrinho querido admirador de Chico César, resolvi dar o título acima pensando que “o carneiro sacrificado morre, o amor morre, só a arte não...”
Outro dia fique indignada com um “arte educador”, que trabalha no sistema sócio educativo aqui de Belém, quando este afirmou que se todos os adolescentes fossem liberados daquela unidade de Medida Sócio Educativa, ou que se o quantitativo de jovens alí diminuísse, ele ficaria desempregado. E disse mais: “temos que garantir eles aqui”.
- Eu falei:
- Tu sabias que eu penso na possibilidade inversa, e trabalho com foco nisso?
Ele: - De que?
- Penso em uma sociedade sem prisões. Desejo uma sociedade onde não tenhamos que conviver com essa realidade, de uns presos e outros em liberdade, sem falar no segmento social que é mais atingido por esse apartheid, e por ai vai...
E fiz uma coisa que não costumo fazer: dei-lhe um “conselho”
- Acho bom você aprender ou se interessar por outras coisas que não somente abrir e fechar cadeados...
O mundo precisa de mais artistas de rua, de mais palhaços, de mais músicos, de mais poetas, de mais crianças e jovens, de mais filósofos e não de mais cadeias...
- E tu, vais viver de quê? Já que és psicóloga, professora. Tu vais viver de quê? Tu vais desaparecer, tu vais morrer!!
“Morre o homem fica a fama...
Quero morrer numa batucada de bamba, na cadência bonita do samba...”
E, muito cá entre nós...
Não falei a ele que meu pai, desde muito cedo, me incentivou a ler, escrever e admirar arquitetura, já que ele era marceneiro e sonhava com uma filha arquiteta.
E que a minha mãe, antes de me incentivar a ler e escrever, me ensinou a cozinhar, limpar e costurar.
No fundo eu acho que ela sabia que: se eu não desse pras letras, daria pro fogão e vice-versa.
Eis que, sem falsa modéstia, eu me dou muito bem com os dois!!
Meu pai antes de morrer me disse: “tu és uma arquiteta da alma humana”
Se o educador que me interpelou, outrora, tiver acesso a essa escrita, quero dar-lhe não mais um “conselho”, mas sim um recado:
Sei que vou morrer não sei o dia
Levarei saudades da Maria (minha mãe)

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Chicobraguice



“Certa vez de montaria,
Eu desci o Paraná
E o caboclo que remava
Não parava de falar
Ah, ah, não parava de falar
Ah, ah, que caboclo falador!”[1]
Eu confesso que queria começar esse texto de uma forma “normal”, que seria:
Certa vez assistindo a uma reportagem sobre Chico Braga, um caboclo famoso pras bandas de cá, do Norte, uma verdadeira máquina de produzir Carimbó, um cantador e fazedor de canções, fiquei impressionada com a intimidade e afetação dele com a música e, mais particularmente, com o “nosso” ritmo, o carimbó.
 Assistindo a esta reportagem eu me dei conta de que talvez eu sofra de chicobraguisse. Talvez não em um grau tão avançado a ponto de só responder a qualquer pergunta ou situação utilizando uma canção, como o faz mestre Chico Braga, como o fez na reportagem. O que fez com que a repórter afirmasse:
- É impossível fazer qualquer pergunta sem que ele pare de cantar ou de responder com um verso de uma de suas músicas!!
Nunca tratei dessa “doença” quando fiz análise... Que síndrome será essa? Há cura? Tomara que não!!
No máximo ocorreu de eu chegar certa vez de montaria... Nããão!!!
Certa vez eu cheguei para a análise por debaixo de uma chuva, dessas que parece que o mundo vai acabar, como dizia a analista. E esta perguntou:
- Como estamos hoje? O que me diz hoje moça?
- No que respondi:
“Tranquila
Levo a vida tranquila
Não tenho medo do mundo
Não vou me preocupar...”[2]
Hoje, escutando Tim Maia - Racional, cheguei a uma conclusão, bem emocional, qual seja: de que os casais devem viver “numa relax, numa tranquila numa boa...”[3]
Nada de “um nasce pra sofrer enquanto outro rir...” [4]
Não concordo! Não concordo com Tim! Mas...
“Ah!
Se o mundo inteiro
Me pudesse ouvir
Tenho muito pra contar
Dizer que aprendi...”[5]


[1] O Irapurú de Waldemar Henrique. http://www.youtube.com/watch?v=2gxMz7KGcuY
[2] Tranquilo de Bebel Gilberto
[3] Guiné Bissau, Moçambique e Angola de Tim Maia
[4] Azul da cor do mar de Tim Maia
[5] Azul da cor do mar de Tim Maia

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Fábrica de Felicidade




Adoro esse Tom
Esse Som
Esse Zé

Fazedor de coisas
De sonhos
De homens

Fábrica de fábricas
Fábrica de fábulas
Fábrica de risos

Fábrica do inesperado!
Fábrica de Felicidade!


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Milton Nascimento e Fabiano Medeiros - "Caçador de Mim"

Caça Dor de mim


Essa música é absolutamente bela, forte e tem cheiro de gente
 Tem gosto de vitória, mesmo que se tenha perdido algo...
Acho ela o símbolo do "nunca se dê por vencido", por tanto amor, por tanta emoção...

Penso que ela teria que ser “matéria” obrigatória desde a alfabetização.
Ela é absolutamente fundamental!
Afinal, no Ensino Fundamental é fundamental o respeito ao outro, aos outros...
 No Ensino Médio, a média deveria ser pra tod@s, sem divisão!
 No Ensino Superior, não há superior!
Na vida,  
Nada a temer senão o correr da luta 
 Nada a fazer senão esquecer o medo

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Elza Soares - A Carne

O que vaza das formalidades e dos instituídos, uma parte eu posto aqui nesse Carnaval de Afetos, e o que me é possível dar vasão eu sigo adiante... Nesse momento o que vaza em mim é a Carne...

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Maria Bethânia - Samba da Bênção (Vinicius de Moraes e Baden Powell)

Saravá!

A música me ajuda falar de um desassossego que a cada instante me intima a ser muito mais que gente. Espraiar-me em acontecimentos e em significações. Em alegrias e poesias. É melhor ser alegre que ser triste!

sábado, 23 de junho de 2012

O REAL e o poético

ESTADO es... ta... do... DESOBEDIÊNCIA fluidez, desassossego, desassossegar PODER potência, potencializar GOVERNAR hibernar BUROCRACIA diplomacia, diploma & cia EU múl ti plo

O MENINO E O POETA (amostra de falas do filme)